Entrevista com Anderson Hebreu, fundador do Noticiário Periférico
Muito do que fazemos, temos de referência os trabalhos que já existiam e uma dessas referências é o Noticiário Periférico. Feito pelo Anderson Hebreu e Ana Rosa, o Noticiário está no ar desde 2007 falando de Rap e contando nossa história na visão de quem realmente consome e ama a cultura Hip-Hop.
E como o kalamidade sempre zela por preservar nossa história, convidamos o Hebreu para contar a história do Noticiário e outras coisas mais.
Kalamidade: Pra começar, como você partiu pra montar o Noticiário?
Anderson Hebreu: Mano, é uma fita que, tipo, eu sempre meio que me inseri no Hip-Hop, tá ligado? Seja cantando, rimando, aliás, DJ, b-boy, tentei várias fitas. Mas não era a minha praia. Quando surgiu a internet, época do Orkut, eu tinha uma comunidade, acho que era Hip-Hop Debate. Aí um mano que tinha blog me chamou para colaborar, publicando notícias… mais ou menos o que eu fazia na comunidade do Orkut.
Mas aí ele foi me ensinando a ir em site gringo, traduzir as notícias, pra publicar no site. Daí, como ele começou a largar o blog dele, inclusive, eu nem lembro mais o nome, eu resolvi criar o Noticiário.
Na época, o nome era muito ruim mano, era Hip-Hop Rap News, era muito ruim o nome. Ficou uns três anos, assim. Nessa época, era basicamente pegar notícia do Hip-Hop, do Snoop Dogg, sabe, esses negocinhos que tinha na época.
Nacional veio só quando, depois dos dois, três anos, e esse nome não funcionava bem. Quando eu falava pra pessoa o nome do blog, tinha até acesso, mas o nome é ruim, né, mano? Um nome inglês. Daí eu tentei aportuguesar, sei lá… Noticiário do Rap, mas já tinha Jornal do Rap. E eles estão na ativa até hoje.
Daí eu falei, mano, eu sou de periferia, e eu queria noticiar, tá ligado? Daí eu tentei Noticiário Periférico e o nome pegou. Daí eu comprei o domínio, começando a publicar mais coisas nacionais e tal, inserir temas políticos e foi indo, né, até o que está hoje.
K: Sim, mas esse período foi bem em 2010, 2012… que eu lembro que era uma pegada meio forte de blog de Rap.
AH: O Noticiário eu criei em 2007, pô. Tipo assim, eu acho que eu comecei a ter internet em 2006, 2005, por aí. Em 2007 eu já criei o Noticiário.
K: Você ainda continuou a alimentar essa comunidade e manter os dois em paralelo, ou conforme o blog crescia, você começou a se dedicar mais pro blog mesmo e deixar…
AH: Então, não era o Noticiário ainda, mas já o blog começou a ter muita visualização, porque foi o boom dos blogs, tá ligado? Aí a gente compartilhava os links, aí eu comecei a compartilhar nas comunidades. Quando o Noticiário ocupou uma boa parte do meu tempo, aí eu larguei a comunidade. Eu acho que essa comunidade acabou virando a comunidade do Noticiário, na época, mas eu só troquei o nome.
K: E com isso você chegou a montar outros perfis de rede social? Porque eu lembro também que o Fotolog era bem forte nessa época, você chegou a ter o Noticiário?
AH: Teve o Tumblr do Noticiário, o Fotolog eu tentei, mas era limitado, né? Tinha, acho que tinha uma quantidade de fotos que eu podia publicar. Eu tive o MySpace do Noticiário também.
K: Nossa, MySpace do Noticiário.
AH: MySpace, é, eu tinha porque os artistas estavam todos lá, tá ligado? Eles lançavam música pelo MySpace.
K: Sim, mano, eu lembro, eu usava muito o MySpace também. Tinha uns semelhantes também, o que era o Pure Volume, que era legal pra você conhecer artista novo.
AH: O Palco MT3 também.
K: Até a própria Trama fez um, tentou dar uma copiada nesse formato, que você conseguia escutar uma galera por lá.
AH: E, tipo assim, quando eu fui priorizando mais o Rap nacional, eu meio que comecei a ficar, como eu vou dizer assim, curioso em conhecer artistas novos, tá ligado? Então, eu comecei a entrar nessas redes sociais de artista independente. O MySpace, o Palco MT3, basicamente era artista começando, tá ligado? Foi começando.
Eu tive contato com artistas angolanos no MySpace. Como a qualidade era mais baixa pra subir a música, eles estavam muito nessa rede social. Ainda não tinha YouTube, a Google não dava suporte pra eles, tá ligado? Então, eu conheci muitos artistas nessa, né? Era uma rede social, não era o MySpace?
K: Sim, era uma rede social
AH: De músicos, né?
K: Sim, que aí você conseguia ouvir as músicas do cara, eles subiam os materiais por lá.
AH: Aí eu conheci muito, assim, o Rap angolano, hoje em dia não, os Raps estão mais profissionais, mas naquele tempo era muito independente mesmo. Tanto que eles disponibilizaram para download, não tinha esse negócio de direto autoral. Então, eu conheci muito assim, baixando mesmo.
K: Sim, inclusive pra mim é o grande diferencial do Noticiário, é que vocês foram abraçados por essa parte de Rap angolano, por essa parte que fala português na África.
AH: Mano, nesse tempo a Angola tinha mais acesso que nos Estados Unidos. O Google dava busca tinha muito acesso nos Estados Unidos, por conta dos artistas americanos. Quando eu passei a direcionar pro Rap brasileiro, angolano, moçambicano, um pouco de Cabo Verde… Angola era o segundo país e Luanda era a segunda cidade, por exemplo. Era São Paulo e Luanda. E pipocou muito nesse tempo.
K: E até perdurou, porque eu acabei acompanhando o Noticiário mais de perto, já era Facebook. Porque ali ficou uma página gigantesca. E eu via que vocês tinham essa troca muito boa com os artistas de lá, e permaneceu por um período, não?
AH: Assim, foi por uns bons anos. Como eles consumiam muita coisa brasileira, aí vieram outros portais, né? O Rap Mais, o Rap 24 Horas, como eles estão mais populares, então foi renovando o público. Não é que a gente perdeu, é que o público do Noticiário é de 25 (anos) para cima, a maior média. De 25 (anos) para baixo, é coisa de 5%, talvez. O resto é de 25 para cima.
Então, o público que curte o Rap, que tem uma ideia social, política, continua. Mesmo esse público angolano, continua até hoje, mas aí, como vem um público novo, e eles consumiam muita coisa brasileira e americana, isso vale pro Rap, né? Então, o Trap lá domina também, hoje em dia domina.
E quando veio essa onda do Trap no Brasil, automaticamente a Angola começa a absorver isso, aí aumentou. Aí, pode ver que eles dominam qualquer rede social brasileira, mas eles são angolanos. A gente é tipo os americanos deles.
K: E por você ter começado em blog e ter contato com essa galera, você também pegava essas mixtapes e disponibilizava para download? Alguns portais faziam isso também, além de notícias, deixavam uns links para fazer o download. O próprio Rap Nacional fez isso por muito tempo.
AH: Sim, o Rap Nacional fazia. Desde o começo, eu só disponibilizava download nacional autorizado, sempre tive essa consciência. Mas gringo, no começo, era notícia e download de álbuns. Mas nacional, eu nunca fiz isso. Eu tinha consciência que atrapalhava o trampo dos caras. Até porque no começo os caras começaram a reclamar, né. Que dava problema. Mas eu nunca cheguei a disponibilizar sem autorização. Pelo menos, eu não lembro mas eu acho que não. Se alguma vez eu disponibilizei, foi pouco, talvez. Mas eu acho que não.
K: Conforme o blog foi crescendo, e tendo engajamento, eu vejo que vocês também chegaram num ponto de dar um pause nos conteúdos. Como foi essa decisão?
AH: Você fala o pause agora? Esse último?
K: Não, eu lembro que teve um pause anterior. Até em relação ao logo.
AH: Ah, a Ana (Rosa, editora do Noticiário) te contou isso, né? Ela te contou?
K: Não, esse eu acompanhei na época. Porque já tinha contato com a Ana. Eu lembro que teve essa pausa. Que deu algo no logo.
AH: É que foi uma confusão. Que a gente ia registrar o nome, mas não sei porque a Ana enviou o logo. E o logo é da NFL, tá ligado? Não sei o que lá Panthers. (Carolina Panthers, time da Carolina do Norte) que tem a Pantera que a Ana usou. Só que você não pode registrar. Daí, a gente recebeu a notificação extra-judicial e tínhamos que apagar todas as postagens que continham esse logo.
Então a gente teve que dar uma pausa, eu tive que tirar do ar todas as matérias do blog que tinha esse logo. E aí eu só reativei o que era matéria, notícia não. Divulgação de artista que tinha o logo, eu não voltei.
Mas na matéria que eu e a Ana escrevemos a gente foi voltando aos poucos. A gente parou pra poder reestruturar, a Ana criou o novo logo. Aí a gente voltou. Com o site, inclusive.
K: Eu lembro que vocês ficaram um bom tempo parados nesse…
AH: Eu acho que foram uns 2, 3 meses.
K: Vocês conseguiram mudar esse logo. E até continuaram um bom tempo fazendo conteúdo, sempre produzindo… E aí teve uma parada definitiva.
AH: É… 2022. Eu já tava… quando o site começa a virar obrigação. Aí já não é legal. Já estava tendo muita cobrança. Eu já tava recebendo tanto material, que só estava reproduzindo o release.
E já não estava legal. E aí, eu tava ajudando o mano reproduzindo o release, porque eu não tô cobrando nada. Ainda via indireta na internet… ah mano, eu vou parar com isso. A princípio eu ia parar. Eu ia parar o site, parar a página. Aí eu fiquei, eu acho, um mês parado, e eu falei, agora também eu vou publicar só o que eu quero. E assim, a linha editorial mudou, mas essas coisas já tinham antes, só não tinha nessa quantidade. Exemplo os esportes. Em 2020, 2019, eu já falava de NBA, como eu sou corintiano, falava do Corinthians. Mas, como agora eu publico o que eu quero, não tem mais divulgação, eu tenho mais tempo pra escrever o que eu quero.
Uma coisa é você escrever o que você quer, outra é você escrever por obrigação. Porque, quando é divulgação, eu tinha que ouvir o trampo do cara, ver se ele não tava falando merda, aí eu lia o release, deixava ali botinho e mesmo assim, não tava bom pro cara, que queria que eu escrevesse uma matéria sobre o som novo dele, e o cara não me pagou nada, então isso foi me enchendo o saco. Porque, todo esse tempo, mano, o único dinheiro que eu ganhei com o Noticiário foi adsense do Google, nunca cobrei divulgação. Então, uma hora, você enche o saco. Você tá ali, perde um tempo, eu trampo CLT, chegava cansado.
O Noticiário era tipo um escape, porque eu ligava o som e ia ali ver os lançamentos. Então, quando vira obrigação, perde a graça, aí você fica puto, né?
K: E sente-se desvalorizado de uma certa forma, porque…
AH: Tipo, não que eu queria que o cara me pagasse, porque eu nunca cobrava de ninguém. Teve uma vez que não foi nem divulgação, o cara colocou um banner no Noticiário, então eu escrevi, fiz um bagulho bonitinho, e fizemos o banner.
Não foi nem que eu cobrando um post, era uma postagem, mas um banner no site. Eu acho que a Ana também fez um desses, sei lá, em 15 anos foram duas publicações pagas, então, aí é foda também, né?
K: Uma outra coisa que eu queria falar também com você, uma coisa mais específica, é a postagem da Chic Show.
AH: Você fala aquela que viralizou no Twitter?
K: Exatamente, como foi essa postagem? Lembro que foi uma thread, que foi na época que noticiaram o documentário da Chic Show…
AH: Mano, aquela foto mais uma parte do texto eu tinha visto numa comunidade de Black no Facebook. Isso há muito tempo atrás, e de manhã eu tenho o costume de olhar as lembranças do Facebook. Eu tinha visto essa lembrança que eu tinha compartilhado. Eu falei, mano, legal isso aqui. Uma curiosidade, aí eu compilei o texto, acho que tem até as fontes de onde eu tirei. E compartilhei no Facebook.
Deu uma viralizada, quando eu joguei no Twitter, o bagulho pegou um… tipo assim, parou nos palmeirenses, né? Que o bagulho foi pra um outro caminho, tá ligado? Foi pro caminho, os caras exaltando o Palmeiras, e não quem organizava o baile, desvirtuou totalmente… Tanto que chegou em grupos neonazistas. Não falei disso, acho que só com a Ana, num grupo que a gente tem. Tinha esses perfis neonazi mesmo compartilhando, chamando o povo de macaco, e eram palmeirenses. Eram palmeirenses que estão nesses grupos de neonazi.
Teve também palmeirense que começou a exaltar ou Palmeiras, e não a Chic Show. O que me incomodou nessa postagem foi palmeirense buscando o protagonismo do Palmeiras, porque quem viu o documentário sabe que os sócios não gostavam, tá ligado? Foi o presidente que bancou por causa do dinheiro que gerava.
Não porque ele gostava daquilo, porque ele também não gostava, pô. Então, foi por um caminho que não é verdade. Não é que o Palmeiras abriu as portas. Vinha grupo internacional, ele estava preocupado com o dinheiro, não porque ele queria fomentar a cultura negra em São Paulo. Pelo menos é assim que você vê no documentário.
K: Sim, mano. Isso o documentário deixa bem claro. Que a Chic Show já era grande quando foi o Palmeiras.
AH: Exatamente, já era grande. É que o Palmeiras, eles buscaram por causa da região, que era de fácil acesso pra todo mundo. Já tinha estação de trem na frente, perto, ali. Barra Funda, Água Branca.
Por isso, tinha outros clubes, só que não eram clubes de futebol. Era Paulistano, Pinheiros… não aceitaram fazer esses shows porque eram clubes de elite. O Palmeiras aceitou porque era uma oportunidade de ganhar dinheiro, né?
K: Sim. E é uma coisa que eu achei até honesta do documentário, deixar claro exatamente isso. Não é que foi aceito, foi comprado.
AH: A Chic Show comprava, alugava o espaço. Não é que o Palmeiras falava: “Vem aqui. Nós vamos fomentar a cultura negra aqui em São Paulo”. Não era isso, pô. O cara chegou lá, eu quero alugar o seu ginásio aqui pra eu trazer o Tim Maia, sabe? Eu acho que trouxe o James Brown. Por aí vai, pô.
K: Que é uma grande tristeza ter sido lá justamente por conta disso, sabe? Poderia ter sido até maior se fosse aceito.
AH: É, porque tinha outros clubes em São Paulo, né? Mas teve outras baladas também que teve esses shows internacionais. Não foi só no Palmeiras. É que no Palmeiras foi mais famoso, eu conheci esse baile da Chic Show porque meu pai ia. Ele contava tudo desses bailes e tal.
Foi o mais famoso porque eles traziam gente famosa. Não era que só existia Chic Show, né? É que ele trazia artistas internacionais.
K: E também foi que realmente estourou a bolha, né?
AH: Estourou a bolha, isso mesmo. Eu acho que é o que talvez tivesse mais fácil acesso por causa do trem. Querendo ou não, era mais fácil. Os outros clubes tinha no Tatuapé, aqui na Zona Sul também. Mas como que a pessoa saia da Zona Leste para a Zona Sul nos anos 70, 90? Era bem difícil.
K: Ainda não tinha nem todas as linhas de metrô direito
AH: Não, tinha o busão que você tinha que pagar. Cada busão que você fosse pegar, tinha que pagar a passagem.
K: E como vocês fizeram com acervo do Noticiário desses 15 anos?
AH: Mano, ele tá no Blogspot, mas o domínio do Noticiário Periférico ainda existe, eu não descontinuei. Eu vou deixar no ar porque é um acervo, né? De vez em quando eu revisito, às vezes pra ver se eu trago algumas matérias.
Já fiz de trazer algumas matérias de volta, tem coisa que a gente escreveu lá atrás que às vezes dá pra trazer. O acervo tá lá, a gente não vai apagar com ele. Eu acho que todo site, inclusive, tem que manter no ar, porque querendo ou não, é um acervo.
K: Você tem ideia de transformar isso em um material impresso? Transformar numa revista, um livro?
AH: Mano, nunca pensei. Não sei também como faria isso, tá ligado?
K: E em relação, tipo, o blog já não é mais atualizado, né?
AH: Não, o site está parado. Eu não pretendo voltar, Não tenho mais essa vontade. Tipo assim, eu deixei ativo vai que um dia, sei lá, eu quero voltar a escrever. Apesar que é difícil, mano, porque quantas pessoas acessam o site hoje em dia? Não sei, porque as redes sociais meio que bloqueiam isso, tá ligado? Eu teria que ver também, mas eu não sei se eu voltaria, não.
K: A tendência é cada vez mais você postar nas redes sociais direto.
AH: Isso, eu acho ruim, mano. Porque, querendo ou não, na hora que você vai buscar no Google, é difícil você achar as coisas só pelas redes sociais. A rede social meio que matou isso, matou o acervo digital, eu acho.
K: É, é que ela mudou a forma que você usa a internet, mano.
AH: É, porque tem muita coisa que eu escrevo pro Instagram, que poderia estar no site. Isso aqui é tão legal que poderia estar num site.
Mas eu não sei também se tivesse no site, alcançaria tantas pessoas, tá ligado? Se ela tá no instagram, para ela sair do Instagram para ir pra um site é muito difícil. Se você não é um influencer muito foda, eu acho que ela não sai do Instagram.
K: Atualmente o Noticiário é quantas pessoas?
AH: Tá eu e a Ana, mas a Ana também tá quase parando.
Mas, ultimamente é eu mano. Que também, não é que eu tô quase parando, mas tá ali, sei lá, três, quatro publicações por dia. Que na verdade, as publicações eu faço no busão, a maioria das vezes. Duas horas de busão, então, se eu não tô dormindo, eu deixo um bagulhinho salvo. Durante a viagem, eu vou ali, escrevo alguma coisa e público. Basicamente, é isso. O busão é quase meu escritório.
K: Virou a sua rede social, basicamente.
AH: Mano é que não é que a minha rede social, o Noticiário Periférico, ele tem uma responsabilidade. Então, eu não vou falar uma besteira lá.
Então, eu procuro também fazer algumas publicações, por exemplo, inserir mais mulheres no Rap. Então, pode ver que hoje em dia tem muita mulher no Noticiário. É de propósito mesmo, porque se você for nos outros, não tem muita.
Eu procuro sempre sair do senso comum. Vai ter mulher, muita mulher. Ah, não tem muito africano, Rap africano nas outras páginas.
Eu sempre insiro alguma coisa dentro do Rap africano e por aí vai, mano, tá ligado? Tem uma responsabilidade, não é só a minha rede social. É o que eu consumo, são coisas que eu consumo. Mas busco não ser só o que eu consumo.
Eu me forço a consumir. Tipo, artistas novos. Eu ouço muito MC Luanna. Ela não faz o som pra homem, por exemplo. Mas eu consumo porque eu acho importante colocar essas meninas na cena, tá ligado? Tipo, AJuliaCosta. Tem a MC Luanna e por aí vai.
A Monna Brutal também. O Noticiário não faz divulgação, mas quando tem um artista muito interessante, aí eu paro, escuto e faço uma divulgação. Porque ali, como eu gostei do trampo, já não é uma obrigação. Não é que o cara me enviou um direct e ele quer que eu divulgue. Eu vi o trampo, gostei, vou divulgar, tá ligado? Às vezes não é uma divulgação. Ela lançou o álbum, eu ouvi um álbum, eu gostei de uma frase, por exemplo, assim que crio esse conteúdo. Não, essa frase é foda, vai viralizar, por exemplo. Aí eu coloco a frase que ela lançou o álbum e faço a publicação, pra não parecer que é uma divulgação também.
O acervo do Noticiário continua ativo, conheçam o trabalho desse site que está na ativa desde 2007 e continuem apoiando o noticiário periférico nas redes sociais.