DJ Kingdom na Baile Room / Foto: Isa Rosa

Baile Room: conectando o público a novas sonoridades

Contamos a história da Baile Room, um dos eventos mais emblemáticos da noite de BH, com o conceito de conectar você a novas sonoridades, e dar outra cara para a cena de rolês em Belo Horizonte.

É sábado, às 20h, na rua Sapucaí, uma determinada casa pipoca de gente subindo as escadas. Uma diversidade de público vai inundando o terceiro andar da casa, e você vê todos os corpos presentes em movimento, suando e sorrindo. É a Baile Room rolando.

Com a proposta de conectar seu público a novas sonoridades, DJ Kingdom, D.A.N.V, Viktor Kramer e VHOOR, vêm mobilizando e estimulando uma cultura de eventos recentes em Belo Horizonte, feitos por artistas que buscam expandir a música eletrônica periférica. Atualmente, como uma festa que ocorre com grande frequência, a Baile Room (@baileroombh) percorreu um grande percurso para tornar-se referência nas noites da capital mineira, abrindo suas possibilidades que vinham de uma visão de quatro DJs confiantes da sua potência, enquanto artistas das picapes.

Foi em 27 de abril de 2018 que a Baile Room se lançou no Emme Lounge, o sonho de fazer um rolê que celebrasse a cultura das sonoridades e possibilidades da música preta se concretizava.

O corre começou a fazer muito sentido para pessoas semelhantes à nossa vivência, e depois extrapolamos uma bolha que jamais achamos que era possível.

D.A.N.V, Kingdom, Kramer e VHOOR

Subvertendo o nome do Boiler Room criado em 2010, com o conceito de celebração do underground, e da parte mais artística da dança, a Baile trouxe para Minas Gerais a aproximação do que representa a conexão de corpos e vivências. O formato de vários DJs soltando seus sets com o único propósito de fazer pessoas dançarem, trouxe uma questão de união e respeito dentro da cena local que infelizmente ainda é um tanto distante, e consegue nichar rolês e público. Para que a Baile acontecesse, a união foi essencial.

Começamos esse movimento porque na real não conseguíamos ser chamados para compor line-up das festas tradicionais daqui da nossa cidade.

D.A.N.V, Kingdom, Kramer e VHOOR

Esse movimento demorou um tanto para se estabelecer, o espaço que a Baile chamaria de seu levaria um tempo para ser encontrado, e a parceria com a Casa Sapucaí caiu como uma luva. Em seus gloriosos três andares, a Casa em dia de Baile é uma loucura, o frequentador assíduo Lucas Diniz descreveu a vibe da Baile dentro da Casa Sapucaí como: “incrível, todas as edições que eu pude participar, vi uma aproximação muito grande dos artistas com o público, você se sente considerado porque os sets também são pensados em nós (público) para nos fazer suar, dançar, beijar… e a Casa Sapucaí por ser tão grande, ajuda para que a gente também possa mudar de ambiente e  mesmo assim conseguir encontrar todo mundo ali dentro. Não vejo a hora da próxima Baile.”

Para a noite belorizontina, a Casa Sapucaí exerce um serviço primoroso, que acredita e recebe eventos de celebração da música underground e da música preta. Seu espaço sem palco nivelando artistas e público, consegue trazer ainda mais o conceito do Boiler Room, em que a aproximação do público com o DJ faz toda a diferença na interação, e possibilita uma dinâmica que deixa os sets muito mais originais e incríveis.

Encontramos a Casa Sapucaí em meio a um tanto de incertezas sobre locais em nossa cidade. Nossa parceria e relação é um trampo bem bom de se levar, os adms da Casa viraram nossos amigos e torcem para que galgamos voos maiores a cada edição. A rua Sapucaí é um dos locais mais lindos e berço da arte, gostamos dessa vibe, a Casa Sapucaí é a nossa casa.

D.A.N.V, Kingdom, Kramer e VHOOR

A partir do crescimento do evento, a Baile investiu em trazer artistas de dentro e fora de Minas Gerais a fim de diversificar sua line, e apresentar novos DJs para seu público de costume. De Mu540 a Weird Baile, até crossovers de eventos daqui de BH, como com a Original Sundays, e também de fora como a Baile Room X Batekoo, a repercussão da Baile dentro e fora de Minas, faz com que os quatro organizadores se sintam animados e otimistas, por chamar atenção de quem admira o corre e quer somar junto.

Somos muito privilegiados em BH, pois temos uma cena musical e cultural muito extensa e diversificada. Os artistas daqui de BH são sempre maioria em nossa line-up, pois valorizar os daqui nos torna mais fortes na construção de nosso futuro. Os convidados que vêm de fora, sempre vêm admirando o que a gente tem por aqui… esse ponto é o mais importante, o movimento acontece de dentro pra fora.

D.A.N.V, Kingdom, Kramer e VHOOR

Até o momento, todas as edições da Baile Room testemunharam alguns dos maiores e mais diversos artistas de diferentes origens em sets primorosos. Isso também os incentiva a se expandir para vários lugares. E considerando o fato de que é um conceito tão simples que aposta essencialmente no talento local, e requer apenas uma casa cheia de pessoas entusiasmadas, fica muito mais fácil para eles pegarem o conceito e experimentarem em outros estados e regiões do Brasil, levando a Baile para outras casas e até mesmo grandes festivais.

Estamos estudando e nos organizando para que a cada edição da Baile seja uma experiência única. Expandir a festa é um sonho que deve ser trabalhado em parcelas, temos muito a fazer, lugares a ocupar, atingir mais pessoas… a missão é ter os pés no chão e calcular milimetricamente cada passo dado. Vamo rompendo!

D.A.N.V, Kingdom, Kramer e VHOOR

Com certeza a Baile além de quebrar paradigmas na noitada belorizontina, também abriu possibilidades para que o público não só conhecesse o trabalho de DJs mega talentosos, mas também que quem se identificasse com o trabalho tivesse uma diversa opção de rolê. Vemos em crescente um evento que não só muda a cara dos frequentadores dos eventos, mas também de quem organiza e produz.

Agradecimentos: D.A.N.V, Kingdom, Kramer e VHOOR.

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