Normalmente damos play em um som esperando que um vocal se inicie após a introdução instrumental, certo? Errado! Muitas vezes o instrumental fala por si só. A Same Sense Collective – coletivo brasileiro de beatmakers – vem ressaltar a beleza das Beat tapes e mostrar que os beats nem sempre precisam da participação de um MC para serem apreciados.
Foi em meados de 2018 que Drin e Leo Machion se juntaram em São Paulo para colocar uma antiga ideia em prática: reunir amigos beatmakers. Dessa reunião surgiu o coletivo, em que cada membro está buscando expressar sua própria identidade por meio das batidas.
Pouco tempo depois, em junho de 2018, nasceu a primeira Beat tape do coletivo. Com 10 faixas e aproximadamente 20 minutos, a Same Sense CO | Vol.1 foi o cartão de visita do coletivo ao mundo, nos apresentando a versatilidade de cada integrante em sua composição. Essa versatilidade aparece principalmente na escolha e nas formas de manusear os samples. Vem conferir:
No mesmo ano, saiu a Same Sense CO | Vol.2 “brasilidades”, produzida inteiramente com samples de músicas brasileiras. Essa Beat tape, posteriormente, se tornou uma série de Beat tapes, com o lançamento no ano seguinte de Same Sense CO | Brasilidades Vol.2.
Nestes dois anos, o coletivo lançou mais de 7 Beat tapes, sendo a mais recente Same Sense CO | Busca, lançada em setembro de 2020. Esse último lançamento apresentou um novo integrante do coletivo: Diogo Ogo.
Hoje, o coletivo é formado por mais de 20 integrantes de vários lugares do Brasil. São eles: Drinbeats, Leo machion, Monstrin, Poska, Ericbeatz, Chapa, Move da Beat, CIANO, DJF, Bao, Diogo Ogo, Edson Lacir, Beats by Og, Fatgroovy, Sogakan, ÆSK, Babidi, Mykeeh, LVM3N$BEATS, Beatmasta.oknd, MLima, CachorroBeats, Mazoka.
A sonoridade com selo Same Sense Collective®
À primeira vista, a sonoridade de cada Beat tape do coletivo se assemelha bastante às características do Lo-Fi, principalmente pela utilização de samples de Jazz, e pela forte presença de chiados e outras “sujeiras” sonoras. No entanto, é possível perceber uma grande influência do Boom Bap anos 90 e experimentações com elementos de outros estilos, até mesmo do Trap.
“Cada membro vem com a suas características sonoras, mas nós buscamos a sonoridade mais vintage possível”
Drin, sobre a identidade do coletivo
Dessa forma, cada projeto passa por um amplo espectro de sonoridades, trazendo a versatilidade de cada produtor, que transforma cada Beat tape em uma verdadeira viagem. Isso pode ser conferido, por exemplo, no SoundCloud do coletivo:
Ações na pandemia
Durante um momento delicado da pandemia, o coletivo se reuniu e criou um catálogo de beats – o Donate Same – com preços que variam de R$80,00 a R$100,00 reais. O dinheiro arrecadado foi revertido em doações para o projeto Ponte, que distribui cestas básicas e kits de limpeza para pessoas necessitadas na região de Queimados, Baixada fluminense, RJ.
A ideia surgiu do Ericbeatz, um dos integrantes do coletivo que atuou de perto nessa ação e pode acompanhar algumas doações realizadas.
“Conseguimos arrecadar materiais de higiene e até ajudar uma senhora com problema de esgoto, foi bem legal e esperamos fazer outras ações”
Ericbeatz, sobre o projeto Donate Same
Vida longa ao Same Sense Collective!
Você pode ouvir e conhecer os trabalhos do coletivo nos links abaixo:
YouTube: