Infográfico – A evolução dos Equipamentos de Produção (parte 1)

A evolução dos samplers no mundo e a chegada dos equipamentos de produção no Brasil

Dentre as histórias da cultura Hip-Hop, as que envolvem as produções de beats são as mais interessantes e intrigantes. Desde o artesanato com as tapes de rolo, passando pelas machines e samples, a produção de beats no videogame, os softwares de produção que surgiram ao longo do tempo e chegaram às mãos desses produtores por downloads na internet (viva a pirataria!) chegando aos dias de hoje onde já existem IA se propondo a construir batidas.

Fazendo o recorte para nossa realidade brasileira, país de terceiro mundo onde o acesso a equipamentos sempre foi mais complexo, produzimos um infográfico buscando contar a evolução dos samplers no mundo e a chegada no Brasil.

O objetivo aqui é conhecer a história dos equipamentos de produção no mundo e entender os caminhos que foram trilhados para que esses equipamentos chegassem até aqui. Tal pesquisa busca valorizar o corre de artistas beatmakers, produtoras e produtores da cultura Hip-Hop que fizeram nascer batidas únicas que deram e dão roupagem para verdadeiros clássicos da música brasileira. Pegue seu fone de ouvido e venha com noiz nessa viagem.

A chegada dos equipamentos de produção no Brasil

ANTES DE TUDO! No dia a dia o uso das expressões se misturam e acabam, no modo PT-BR, gerando uma particularidade interessante que só nossa língua consegue gerar. Tipo a palavra manga. Que é um fruta ao mesmo tempo que é parte de uma peça de roupa ao mesmo tempo que se tornou verbo e é uma gíria para brincadeira/zoação em algumas parte do nordeste do Brasil (quem nunca ouviu alguém dizer “você tá mangando de mim é?”) e todas estão certas funcionando no mesmo ecossistema linguístico quando usadas no contexto certo.

Quando falamos de produção de beats a principal palavra que vai aparecer é o sample. Porém existem outras palavras parecidas com essas, mas relacionadas a outros contextos e significados. Entender isso é o primeiro passo para embarcar nessa viagem. Então, pega essa visão:

Sample: o sample é uma amostra sonora gravada previamente e que pode ser manipulada pelo/pela beatmaker para construção de novas músicas nas DAWs e Samplers.

Sampler: equipamento que permite o armazenamento dos samples e a reprodução dos mesmos de forma solo ou conjunta. Exemplo mais clássico são as Machines (SP, AKAI, etc) e os teclados controladores.

Sampling: o ato de produzir e construir novas sonoridades a partir dos samples. Aportuguesando seria o ato de samplear.

Dito isso, bora?

A evolução dos equipamentos de produção no mundo

The Drum Machine Revolution

Após o surgimento dos primeiros samplers, o mercado de produção musical teve um boom de lançamento de novos equipamentos para a criação de músicas. Diversos novos keyboards e sintetizadores que já traziam funções de sampler começaram a ser lançados. Paralelo a isso, surgia no mercado uma opção para a forma de produção de batidas que mudaria a sonoridade da música feita até aqui: as Drum Machines.

Também conhecidas como caixas de ritmo, são equipamentos que reproduzem a sonoridade da bateria orgânica e de alguns instrumentos de percussão. As baterias eletrônicas democratizaram o processo de produção em um momento em que ter acesso aos primeiros samplers era extremamente caro.

Clique nas imagens para saber mais informações.

1980
1983
1984
1985
1986
1987

AKAI

Nasce a MPC Akai. O ano de 1988 marca o início de umas das principais linhas de machines da história da produção musical. Neste ano a desenvolvedora AKAI lança sua linha de MPC (Music Production Center). Tendo Roger Linn a frente do desenvolvimento das MPC’s a Akai tornou-se líder do mercado com seus diversos lançamentos.

1988
1991
1993
1997
2000

Com a virada dos anos 2000, a Akai seguiu produzindo mais e mais versões da MPC ampliando a capacidades das machines e alinhando seus upgrades com os avanços tecnológicos. A empresa desenvolveu seu próprio software de produção (DAW), o MPC Beats, para atuar com as máquinas e segue atuando no mercado com seus mais recentes lançamentos: MPC Live II e One +.

As MPC’s da Akai marcaram história na produção do Rap mundial quando o assunto é machines e até hoje está presente na grande no mercado fonográfico da produção musical da cultura Hip-Hop.

2005

Aqui se encerra a primeira parte do nosso infográfico, na segunda parte vamos falar mais sobre como os equipamentos de produção chegaram e se proliferaram aqui no Brasil. Fique de olho!

E aí, curtiu essa matéria? Aproveita pra ler a última que saiu aqui no Kalamidade, com uma análise sobre a influência retrô da música brasileira no mundo (e vice-versa), e continue acompanhando os conteúdos GRATUITOS que o Kalamas, a banquinha mais Hip-Hop do camelódromo, traz pra você!

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Capa Kalamidade Pepeu Yume
No princípio era o som

1980 - Linn Eletronics LM-1

Produzida e desenvolvida por Roger Linn, a Linn Eletronics LM-1 foi uma das primeiras drum machines a surgir no mercado. A máquina contava com diversos timbres gravados de instrumentos acústicos, entre eles snare, kick, congas, hi-hat entre outros. Ela foi uma das primeiras a apresentar a função swing e quantize.

1983 - E-mu Drumulator

Lançamento da concorrente da Linn LM-1, a E-mu Drumulator foi uma das primeiras drum machines da E-mu’s. A máquina tinha em sua memória drum sounds além de ser uma das primeiras a oferecer a possibilidade do usuário samplear seus sons. O Drumulator foi uma das primeiras máquinas a possibilitar a realização do sequenciamento em tempo real.