A década dos anos “20” será marcada pela total consolidação das mulheres como força e expoente dentro da produção musical. Se na década passada houve um aumento na presença delas na cena, nesta elas chegaram chegando e temos cada vez mais músicas produzidas (artistica e executivamente), mixadas e masterizadas por mulheres.
Junto a todos esses acontecimentos surge o coletivo Deusa, nome que simboliza uma entidade infinita criadora e transformadora do Universo dando todo o recado da sua proposta. O coletivo sintetiza uma união de produtoras com suas histórias e referências distintas em torno de uma proposta, que é justamente ser parte ativa nesta mudança de cenário e servir de referência pra novas cenas surgirem. Ou seja, aumentar cada vez mais a presença feminina na produção musical!
Nível Deusa
Deusa é um coletivo que se mostra muito variado em relação ao seu conteúdo, desde seu Instagram, o site , e suas ações e projetos que promovem como a roda de conversas “Papo De Deusa” – uma série que envolve discussões sobre áreas de produção que contou a presença de nomes como Mílan Dolla, Apuke, Malka e NATH – além das oficinas DeusaLab, que tiveram suas edições ministradas por Lucs Romero e Gabriela Titon.
Toda essa força se concretiza em seu álbum “DEUSA VOL. 1”, lançado em parceria com a label mexicana TEAM ONESELF em janeiro de 2021, promovendo a união de 12 artistas em uma compilação que reúne várias sonoridades e referências diferentes. Neste trabalho se destacam artistas como Rebecca Nora, Veronicat, Etrusca, Brazook entre outras pedradas reunidas neste debut.
Vida longa à Deusa
O Kalamidade trocou uma ideia com a NATH representando a Deusa, e conhecemos um pouco mais sobre o corre do coletivo e os próximos projetos.
Kalamidade: Estamos com o ano correndo mas ainda vale a pergunta, quais são os projetos e planos da Deusa para 2021?
NATH: Estamos dedicando esse ano para planejar projetos maiores. Ano passado conseguimos realizar o Papo de Deusa (uma programação de lives sobre o papel feminino na música) e o DeusaLab (oficinas para formar produtoras em diversas áreas do conhecimento. Esse ano já começamos com o lançamento do nosso compilado e queremos lançar mais projetos musicais ao longo do ano.
Mas nosso foco agora é trabalhar com o braço educacional e social da Deusa, estamos planejando oficinas e possibilidades de transformar, de fato, o DeusaLab em um local seguro de aprendizado e troca de conhecimentos.
K: O “DEUSA VOL. 1” é um álbum bem eclético. Como foi o processo de curadoria e junção de artistas tão distintas?
N: Nosso pensamento era explorar as possibilidades das produtoras nesse projeto, por isso não fizemos limitação de estilo musical. Temos em mente que a nossa percepção de produtoras é muito restrita, a cada dia conhecemos mais talentos se desenvolvendo por aí, por isso decidimos não convidar individualmente e sim abrir inscrições para quem tivesse interesse em participar. O resultado foi muito legal! Tivemos mulheres, travestis e não-bináries do Brasil todo, com diversas sonoridades e experiências também (teve artista que lançou seu primeiro som com a gente!!). Quando fizemos a seleção e organização dos materiais percebemos que tudo se encaixava, cada um da sua forma, e usamos disso para entregar um material rico.
K: A Deusa se define como selo, produtora cultural ou coletivo? Como vocês se veem dentro da cena?
N: A Deusa é um coletivo, mas dentro dela temos áreas que desenvolvem projetos que podem atuar como selo ou produtora também. Com um trabalho voluntário, nós criamos uma equipe com profissionais de diversas áreas para conseguirmos atingir nossos objetivos de capacitação, inclusão e apoio (aqui prestamos serviços de consultoria) para o nosso público.
Agradecemos muito à NATH pela troca, e à Deusa deixamos o nosso máximo respeito por todo o corre feito pela cena da produção nacional!
Conheça e acompanhe todo o corre do coletivo através das redes sociais e plataformas de streaming.
Links: Spotify, SoundCloud, Twitch, Twitter, Instagram, Site oficial.